segunda-feira, 1 de junho de 2009

REFORMA ÍNTIMA

O ônibus já estava preso no engarrafamento por meia hora pelo menos, na cabeceira da 3ª ponte. Um senhor aparentando uns 80 anos não parava de reclamar: o mar vinha até aqui, tá vendo aquela pedra ali, eu saltava para o mar, aqui era assim, assado ... Se fosse há um tempo atrás pensaria : lá vem esses idosos achando que o passado era melhor, que a vida antigamente era melhor, que a juventude está perdida, mas o sentimento foi outro foi de cumplicidade. Voltei naquele julho/2006, fazia exatos 10 anos que não ia lá.
Quando passei pela avenida das palmeiras, notei que as casas dos meus amigos viraram comércio ou prédio, que o meu colégio no lugar que eu mais gostava de brincar, agora é proibido passam carros, e o pior, a casa da minha melhor amiga virou uma padaria.
Todos os rastros que faziam parte do meu passado não estavam mais lá.
Prestes a sair da minha cidade recebi um conselho que a pessoa falava veemente; " nunca olhe para atrás" , siga em frente".
Esse conselho sempre me intrigou, não achava justo, agora acho que o compreendi. A vida segue o mundo gira, pensei nas pessoas que moram em Dubai. Os rastros ficam no coração, não adianta procurar em outro lugar.

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